10 de julho de 2012


Não são de suas palavras que sinto falta. Não é da sua voz meio burralda e do seu bocejo alto demais para me calar e me implorar menos sentimentos. Não é, tampouco, do seu abraço. Sua presença sempre deixou lacunas e friagens que zumbiam macabramente entre tantas frestas sem encaixe.
Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existe morte para o que nunca nasceu.
Sinto falta mesmo, para maior desespero e inconformismo do meu coração metido a profundo, de lamber suas coxas, a pele mais lisa atrás dos joelhos. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo, respirar sua nuca, engolir sua simplicidade, me rasgar com sua banalidade, calar sua estupidez, respirar seu ronco, tocar sua inexistência, espirrar com sua fumaça.
Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. 

Simplesmente isso. Você, uma pessoa sem poesia, sem dor, sem assunto para agüentar o silêncio, sem alma para agüentar apenas a nossa presença, sem tempo para que o tempo parasse. Você, (...) responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.
Sinto falta da raiva, disfarçada em desprezo, que você tinha em nunca me fazer feliz, sinto falta da certeza de que tudo estava errado, mas do corpo sem forças para fugir, sinto falta do cheiro de morte que carregávamos enquanto ainda era possível velar seu corpo ao meu lado, sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos (...). Sinto falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, de não dar conta, de não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.
Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.

(Tati Bernardi)


2 de junho de 2012

Quando toca uma música bonita, minha ironia assovia mais alto. Um assovio sem melodia. Um assovio mecânico mas cuidadoso, como tomar banho ou colocar meias. Outro dia tentei chorar. Outro dia tentei abraçar meu travesseiro. Não acontece nada. Eu não consigo sofrer porque sofrer seria menos do que isso que sinto. Tentei falar. Convidei uma amiga pra jantar e tentei falar. Fiquei rouca, enjoada, até que a voz foi embora. Tentei aceitar o abraço da minha amiga, mas minha mão não conseguiu tocar nas costas dela. Não consigo ficar triste porque ficar triste é menos do que eu estou. Não consigo aceitar nenhum tipo de amor porque nenhum tipo de amor me parece do tamanho do buraco que eu me tornei. Se alguém me abraçar ou me der as mãos, vai cair solitário do outro lado de mim.

(Tati Bernardi)

22 de abril de 2012

E acabou!
Enfim acabou.
No único momento em que acreditei que poderia dar tudo certo afinal, acabou!
Imaginei por tanto tempo várias formas de como viria este fim, porque ele sempre foi certo, mas quando aconteceu não chegou dez mil anos luz perto de tudo o que eu havia imaginado. Completamente imprevisível e surpreendente. E eu que sempre quis tanto que você fosse imprevisível e surpreendente, quando vi acontecer me decepcionei.
Não que eu esperasse muito de você, nem mesmo alguma coisa, sempre acreditei que teria que lidar com coisas ruins ligadas a você, com coisas além do que eu conseguiria. Mas isto? Nem chega a ser digno!
Aliás, muita coisa relacionada a você nem chega a ser digno, isto já foi até tema para muitos outros textos. Mas desta vez foi realmente algo inimaginavelmente não digno! Porque sempre pensei muitas coisas ruins de você, mas achava que pelo menos o seu coração fosse bom o suficiente. Mas nem mesmo isso! Então acho que agora nada mais salva em você.
Terminou com um simples ato ridículo seu, que não foi digno de um fim decente, e eu nem pude escolher deixar de te amar, fui obrigada a deixar de te amar, fui forçada a isso. E nem pude sofrer e ter toda aquela fase de luto por termino de um amor. Porque eu iria sofrer pelo o que? Além de não me dar amor, você também não me deu base o suficiente para sofrer com decência, da forma todos sofrem por amor.
E o mais triste é que não foram as coisas que você fez que machucaram e massacraram todo o amor que eu tinha por você, foi a sua falta de amor. Foi eu ter a certeza de que você não me amava, nem nunca amou nem um segundo sequer. Foi você não ter alma ou coragem ou humanidade suficiente para vir falar comigo. Sua molecagem não me permitiu sentir nem pena de você nem por empatia. Você poderia dizer qualquer coisa, qualquer que fosse. Me dar espaço para gritar e te xingar de todos os nomes. Foi tanto tempo! E assim como você nunca me deu espaço para dizer o que eu sentia e quanto amor eu tinha, também não me deu espaço para dizer o quanto te odeio agora e o quanto tenho nojo de você e nem um misero orgulho de mim por já ter gostado tanto de você na vida.
Eu sei que é feio, que não se deve desejar isto a ninguém, e que se corre o risco de voltar pra si mesmo.
Mas quer saber? Não ligo!
Eu quero que você sofra. E muito, por tudo na sua vida!
Você teve milhares de chances de ser feliz, de ter amor sem cobrança alguma,de ter amigos, de ter gente se preocupando com você, de ter carinho, respeito e até admiração desmerecida. E é por jogar todas estas coisas no lixo, como se não fossem nada, que você não merece nenhum outro tipo de desejo da minha parte.
Passei o ultimo mês inteiro sem sentir absolutamente nada em relação a isto. Sem querer falar sobre. Sem querer registrar neste blog, só porque ele sempre foi seu. E porque nele tem coisas escritas e tão bonitas que me fazem desgostar de mim mesma por já ter sentido estas coisas. Mas quer saber? Em nenhum momento eu estive errada, e não tenho o porque me envergonhar de tudo o que fiz por você e senti por você. Eu senti! Eu posso ser feliz porque tenho a capacidade de sentir coisas incríveis e que podem modificar minha própria vida e de outra pessoa para melhor. Não preciso me envergonhar porque não saquei de cara que você não merecia isto, que você não merecia nem um frio cumprimento.
Sou feliz e continuo feliz por ter capacidade de amar e querer bem.
Sei que vou achar o amor. E sei que estou muito mais próxima de achar o amor do que você jamais estará na vida. Nem consigo imaginar uma relação que não seja superficial para você. E mesmo que alguém te ame de novo um dia, só me resta rezar pela tal garota.
Eu acredito nas coisas boas plantadas e no retorno que elas dão na vida. Nada vai me tirar isto. E eu ainda vou estar feliz.

(Fernanda Borba)

9 de março de 2012

Droga de cara estúpido!
D-r-o-g-a de cara e-s-t-ú-p-i-d-o !
Porue foi aparecer na minha vida???
Porque já não está namorando outra?
Porque ele não me larga de vez pra eu viver a minha vida ao invés de pensar nele o dia todo?
E agora eu passo as noites pensando em jogar o controle remoto da tv pra debaixo da cama só pra ver se assim consigo me sentir mais próxima dele.
E agora não posso mais ver laranjas na fruteira e achar que são meras frutas.
E tenho até um certo pavor de voltar a comer queijo branco, que era o meu preferido antes de você chegar e desestruturar tudo o que existe na minha vida.
Fico horas passando por um conflito interno achando que se assistisse mais tv te entenderia melhor e entenderia o porque de você nunca usar internet, mas não consigo assistir a tv por muito tempo porque a internet de certa forma me faz achar que estou mais perto de você.
 Droga de cara estúpido!
(Fernanda Borba)

8 de março de 2012

Insulto grande é fingir não ver o desejo, quando ele está bem a sua frente.


(Fernanda Borba)

5 de março de 2012

(...)Porque quero tanto e não quero tanto. Porque se acabar morro. Porque se não acabar morro. Porque sempre levo um susto quando te vejo e me pergunto como é que fiquei todos esses anos sem te ver. Porque você me entedia e dai eu desvio o rosto um segundo e já não aguento de saudade. E descubro que não é tédio mas sim cansaço porque amar é uma maratona no sol e sem água. E ainda assim, é a única sombra e água fresca que existe.

 
(Tati Bernardi)



Já que dizem que mentalizar o que se quer ajuda, então lá vai:
Quero um namoro e quero viver em função deste namoro.
Quero ligações em horários inesperados.
Quero conhecer mais músicas que tenham a ver com o que eu sinto por você.
Quero laranjada numa tarde de sábado, e pão com queijo minas preparados por você, afagos e beijo na testa.
Quero programas de tv bestas assistidos juntos e beijos na boca.
Quero explicações sobre onde estava ontem, hoje e onde vai estar amanhã, e tudo isto sem parecer psicótica ou controladora demais.
Quero saber quais músicas fazem você lembrar de mim.
Quero dormir no seu peito ouvindo sua respiração asmática.
Quero me sentir segura sobre o que nós temos, mas não quero estar segura demais pra jamais pensar que estou enjoando da relação.
Quero uma relação.
Quero te beijar sempre que eu te ver, e quero te ver sempre que eu quiser.
Quero ouvir todas as suas maluquices e saber lidar com toda sua hiperatividade.
Quero que me abrace dessa vez e não me largue nunca mais.


(Fernanda Borba)

25 de fevereiro de 2012

E de novo eu me deixei sentir o que não sentia a tempos.
E de novo eu me deixei avançar mais um pouco por uma segurança tão pouca e inconstante.
E de novo eu me deixei ouvir as músicas que não ouvia a tempos.
E de novo eu me deixei doer por inteira.
E de novo eu me deixei quebrar em mil pedaços pequenos.
E agora que já tenho tanta certeza de que você não pode nem nunca poderá concertar todos estragos que causa em mim, a quem eu vou recorrer?
Já não sei quem está mais cansado da mesma estória, se sou eu ou meus amigos.
Já não sei mais se as velhas coisas me distraem do mesmo modo que antes, a ponto de me deixar despersa de passar horas tentando entender o que é isso que acontece entre a gente pra nunca acontecer nada.
Já não sei mais se é culpa minha ou se é culpa sua ou se tem algum culpado nessa história toda.
Não vou me dar ao trabalho de fingir que não te amo mais ou de me fazer acreditar que meu amor por você é só falta do que fazer.
É tempo demais e acontecimentos demais para dizer uma coisa dessas, já não é mais hora de tentar banalizar o amor só para que ele talvez doa um pouquinho menos.
O jeito agora é torcer para que tenha tido alguma sorte de ter aprendido o mínimo que seja depois de tanto tempo a como lidar com uma coisa dessas.
O jeito agora é ter fé e força, sempre.
O jeito agora é acreditar em rezas, mais do que nunca, acreditar no amor, mesmo que não exista aqui e agora, acreditar em mim mesma, mesmo estando despedaçada, acreditar, acreditar e acreditar.
O Sol do amanhã sempre nos prova o improvável, o impossível, o inalcansável acontecendo. E no fim das contas não adianta ficar teimando muito com a vida. A maior parte das coisas que acontecem ou que não acontecem têm algum sentido mais prá frente.
Só o que for pra ser será.


(Fernanda Borba)

24 de fevereiro de 2012

Hoje preciso de você com qualquer humor, com qualquer sorriso.
Hoje só sua presença vai me deixar feliz...


(Jota Quest)




22 de fevereiro de 2012

Meu amor é teu
Mas dou-te mais uma vez
Meu bem
Saudade é pra quem tem


(Marcelo Camelo)